Melhor ONG de Educação de 2020 dá dicas para quem vai se inscrever esse ano.
Em 2019, o Centro Educacional Assistencial Profissionalizante (CEAP) foi reconhecido como a Melhor ONG de Educação do Brasil e, em 2020, ganhou destaque como a Melhor ONG da região Sudeste. A organização já atendeu, desde sua fundação, mais de 7.500 jovens em situação de alta vulnerabilidade social, oferecendo cursos de formação e qualificação profissional e o trabalho.
Conversamos com o seu coordenador, Bruno Pereira, sobre o reconhecimento trazido pelo Prêmio, os desafios e as lições que o CEAP tem para compartilhar.
Como foi a repercussão de ganhar o prêmio? Como foi a comemoração? Pelo segundo ano consecutivo ganhamos um grande prêmio, esse é um ponto expressivo nos discursos de parceria com outras instituições. Como o evento foi online, acabamos comemorando a distância, cada um em sua residência, mas houve bastante festa e gritos, conseguimos envolver alguns assistidos da instituição e fazer barulho nas redes sociais.
A premiação ajudou a captar recursos, voluntários, parcerias e reconhecimento da comunidade? Efetivamente, não houve nenhuma parceria, porém é um ótimo gatilho quando vamos falar com os novos parceiros, pois o Prêmio é reconhecido no terceiro setor. Todos sabem da importância que ele tem, e como é difícil ganhar, por isso, o prestígio.
Quais são os planos para 2021? Vão se inscrever outra vez? Em 2021, especificamente vamos focar no atendimento e retomada das atividades presenciais, o desafio é grande, mas estamos animados em conseguir atingir os objetivos. Quanto à participação na edição deste ano, com certeza, estaremos presentes, vamos buscar o “tri”.
Como a pandemia tem afetado o trabalho de vocês? Somos uma ONG de educação, com a vinda da pandemia, nosso campo de atuação sofreu bastante, novas regras, isolamento social e o travamento das aulas presenciais, impactaram diretamente os assistidos. Nos adaptamos e seguimos um formato totalmente novo.
Que conselho vocês dariam para as organizações que concorreram e não ganharam? Principalmente que não desistam, busquem benchmark com as que chegaram lá, não tenham medo de copiar os modelos de sucesso, pois, assim que aprendemos, olhando e aplicando os pontos de acertos dos outros.
Qual é o maior desafio de gestão que vocês têm hoje? O principal desafio da instituição é a busca pela autossuficiência, esse é um plano arrojado que estamos lutando para alcançar. Existem instituições mundo afora que já conseguem depender de seus próprios esforços de captação e estamos empenhados em chegar lá!
E o maior orgulho? 35 anos formando cidadãos íntegros que compartilham seus aprendizados e são referência onde passam.
Tem uma história de voluntariado ou ação que vale a pena contar? Nosso ensino personalizado é o que nos diferencia de outras instituições de ensino, todos os mais de mil alunos da nossa instituição são conhecidos, um a um, por seus nomes e sobrenomes. Aos poucos, vamos sabendo de suas histórias, suas origens, seus sonhos. Isso porque sabemos que cada pessoa é única e carrega suas particularidades. Assim, nossa proposta de educação personalizada busca acompanhar individualmente cada aluno a partir do momento em que ele coloca os pés no CEAP até a sua partida para ganhar o mundo.
Nesse ponto seria muito interessante apresentar a Preceptoria. Pense numa pessoa disponível para ouvi-lo sem julgamento todos os meses e ajudá-lo com questões tanto profissionais quanto pessoais. Pensou num terapeuta? O preceptor é quase isso. Ou mais do que isso. Para um jovem em situação de vulnerabilidade social, o preceptor é uma espécie de telescópio que o ajuda a ampliar a visão e perceber que há um mundo de possibilidades para além dos muros do CEAP. A preceptoria é um atendimento mensal, individual e personalizado, oferecido a cada aluno durante todo o curso. Funciona como uma espécie de coaching de vida. A ideia é que numa situação menos formal, fora do ambiente de aula, preceptor – em geral, um professor da instituição – e aluno conversem sobre aspirações e dificuldades profissionais e pessoais.