Apae Anápolis, que foi destaque em todas as edições do Prêmio, conta a receita para ser a melhor organização da região Centro-Oeste
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) Anápolis foi reconhecida, na edição de 2020, como a melhor da região Centro-Oeste. A organização que promove, com a participação da família, a prevenção e a manutenção da saúde, habilitação, reabilitação, formação, inclusão e defesa de direitos das pessoas com deficiência, foi destaque em todas as edições do Prêmio Melhores ONGs.
Para entender os caminhos que eles percorreram para se tornarem referência, não só em Goiás, mas também em âmbito nacional, conversamos com a sua superintendente Nancy Ferreira de Oliveira. Ela destacou, entre outras coisas, que os critérios do Prêmio são rigorosos, mas levam ao crescimento institucional.
Como foi a repercussão de ganhar o prêmio? Estávamos muito ansiosos para conhecer o resultado porque já esperávamos ser, pelo 4° ano consecutivo, umas das 100 melhores, visto que todo trabalho realizado nos faz merecedores deste importante título. Conectados na cerimônia de premiação, recebemos, com muita alegria, a grande notícia de ser a Melhor do Centro-Oeste, pela segunda vez. Já no dia seguinte, nosso setor de comunicação começou um trabalho de divulgação da premiação no site, redes sociais, canais internos da instituição e outros veículos de comunicação locais. Iniciamos também um trabalho de inserção dos 4 selos em todo nosso material digital e impresso, a fim de tornar cada vez mais conhecida essa premiação e o reconhecimento do nosso trabalho.
E a comemoração? Não pudemos fazer uma comemoração presencial, mas fizemos a nossa comemoração interna, através de emails festivos com referência ao título. Cópias dos Certificados foram emoldurados e pendurados nos locais de maior visibilidade da instituição, possibilitando não somente ao público interno, mas também ao externo, tomar conhecimento dessa importante premiação.
A premiação ajudou a captar recursos, voluntários, parcerias e reconhecimento da comunidade? É fato que a premiação gera inúmeras oportunidades de crescimento institucional por tornar o nosso trabalho mais conhecido/reconhecido. A premiação incentiva sim tanto pessoas físicas quanto jurídicas a realizarem suas doações, pois elas sabem que estão doando para uma instituição que realiza um trabalho sério e dedicado e que toda doação será revertida para o desenvolvimento e reabilitação dos nossos alunos e usuários. Tivemos doadores que chegaram até nós por saber da premiação e decidiram doar por já conhecer o nosso trabalho, por sermos uma instituição da cidade e também pelo fato de nossa ONG ser reconhecida como uma das 100 melhores do Brasil e do Centro-Oeste.
Quais são os planos para 2021? Vão se inscrever outra vez? Nossa intenção será sempre estar em uma das 100 melhores ONGs do Brasil. Sim, iremos nos inscrever para a premiação de 2021 e torcemos para sairmos novamente vitoriosos e reconhecidos.
Como a pandemia tem afetado o trabalho de vocês? A instituição adotou todas as medidas de segurança determinadas pelos órgãos competentes para manter a maioria dos atendimentos na área da saúde, visto que eles são essenciais para a saúde de nossos usuários. No entanto, também temos usuários do grupo de risco e que preferiram realizar os atendimentos adaptados por teleatendimento e vídeo atendimento. Os atendimentos escolares, conforme determinação da Secretaria Estadual de Educação, foram paralisados presencialmente, mas adotamos atividades online, por meio de grupos de Whatsapp, videoaulas e monitoria.
Que conselho vocês dariam para as organizações que concorreram e não ganharam? Não desistam. Os critérios realmente são rigorosos, mas eles nos levam ao crescimento institucional. Quando a Apae Anápolis começou a concorrer ao título, conseguia atender somente alguns parâmetros, mas, com o passar do tempo, fomos nos adequando a todas as exigências e documentações e hoje conseguimos caminhar com mais conhecimento e segurança, dentro das exigências que o próprio Prêmio nos incentivou a buscar. Não ganhamos apenas o título, o mais importante foi a experiência em adotar ferramentas administrativas de gestão, que antes não conhecíamos na prática. Portanto, o nosso conselho é nunca desistir e sempre persistir! Vale à pena!
Qual é o maior desafio de gestão que vocês têm hoje? O maior desafio de uma ONG é torná-la sustentável. Sustentável pela oferta de serviços oferecidos (manutenção da causa), assim como financeiramente, sem a dependência única e exclusiva do governo. Nosso grande desafio tem sido gerar fontes de recursos livres para garantir a manutenção e o crescimento do nosso trabalho e conseguir continuar oferecendo um serviço de excelência a todos os que nos procuram.
E o maior orgulho? São 51 anos de uma linda história. Olhar para o início dessa jornada e lembrar como éramos pequenos quando iniciamos e o que somos hoje já é motivo de muito orgulho! Orgulho em ser referência para todo o estado de Goiás em Triagem Neonatal, referência para todo o Centro-Oeste em Doenças Raras, ser uma instituição habilitada como CER IV (Centro Especializado em Reabilitação Física, Auditiva, Intelectual e Visual), ser uma escola de educação especial modelo para todo o Estado de Goiás, ter profissionais cada dia mais capacitados e dedicados a sua atividade profissional, ter a capacidade de atender mais de 123.000 pessoas por ano e realizar mais de 830.000 atendimentos no ano, ter a oportunidade de levar melhor qualidade de vida a nossos alunos e usuários, ser uma instituição certificada com selo DOAR A+, ser por 4 anos consecutivos uma das 100 melhores ONGs do Brasil e por duas vezes a melhor do Centro-Oeste. E hoje realizar todos os atendimentos da saúde em um prédio novo, totalmente adaptado e estruturado para receber com qualidade nossos beneficiados. Tudo isso é motivo de muito orgulho para nós!
Tem uma história de voluntariado ou ação que vale a pena contar? Temos muitas histórias a contar, pois a cada dia, um novo milagre acontece na presença de nossos colegas colaboradores, que entregam o mais dedicado atendimento aos pacientes, nossos assistidos. Mas, para sermos mais atuais, temos um caso de uma paciente diagnosticada com Hipotireoidismo Congênito através do Teste do Pezinho, que faz tratamento conosco até hoje e, já adulta, após se formar em Psicologia, passou também a trabalhar na Apae Anápolis, provando que o tratamento é eficaz, quando seguido com responsabilidade, não trazendo nenhuma sequela de deficiência para a sua existência. Quem quiser conferir a história toda, pode fazer isso aqui.